CHICAGO - Navegar na internet pode ajudar na preservação da memória de pessoas a partir da meia-idade. Os cientistas da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, registraram com ressonância magnética a atividade cerebral de pessoas que faziam buscas na internet.
"Descobrimos que as pessoas que tinham experiência com a Internet usavam mais o cérebro durante a pesquisa", disse o gerontologista Gary Small, cujo trabalho foi publicado na revista American Journal of Geriatric Psychiatry. "Isso sugere que simplesmente navegar na Internet pode treinar o cérebro - que isso pode mantê-lo ativo e saudável".
Muitos estudos já haviam indicado que desafios mentais, como os quebra-cabeças, poderiam preservar as funções cerebrais, mas poucos haviam avaliado o alcance da internet.
"É a primeira vez que alguém simulou uma tarefa de busca na web ao examinar o cérebro", contou o cientista.
A equipe estudou 24 voluntários normais, de 55 a 76 anos. Metade tinha experiência em buscas na Rede, ao contrário da outra metade. Os dois grupos tinham semelhante composição etária, educacional e de gênero. O monitoramento cerebral foi feito também quando as pessoas estavam lendo livros.
"Descobrimos que, na leitura, o córtex visual - a parte do cérebro que controla a leitura e a linguagem - era ativado. Na busca pela internet, havia uma atividade muito maior, mas só no grupo familiarizado com a web".
Esse grupo, segundo Small, parece capaz de entrar num nível muito mais profundo de atividade cerebral.
A atrofia e a redução da atividade celular podem levar o cérebro do idoso a perder funções cognitivas, mas atividades que exijam atenção e raciocínio são bons antídotos. Small acha que aprender a fazer buscas nos sites pode ser uma dessas tarefas.
"Provavelmente dá para ensinar truques novos de Internet a um velho cérebro", disse.
Fonte: Jbonline